Apenas um Soldado...

domingo, 8 de dezembro de 2013

Phase 01. Quéda Livre


"Parece que foi mais um bom sábado para vôo...", fala para si mesmo com um sorriso no rosto um jovem pilotando um avião. São aproximadamente 17h30min, com o Sol a se pôr, sobrevoando uma floresta.

O Avião pilotado é um Focker Dr. I, com uma hélice na frente, triplano, vermelho e um símbolo preto em formato de cruz ao lado, um modelo muito antigo, usado ainda nos tempos de remotas guerras em épocas passadas. Mesmo assim, o avião aparenta excelente estado. O jovem piloto usa uma jaqueta marrom e óculos de aviador, e com seus cabelos escuros soltos diz para si mesmo: “Sem essa de usar esse “gorro” de vôo... ele esquenta muito...”.

"Parece que não estou tão enferrujado desta vez, meu amigo...", diz o jovem um pouco antes de começar a fazer manobras e acrobacias em pleno céu colorido pelo pôr do sol... Rasantes próximos às altas árvores da floresta ali abaixo, sobrevoando planícies e planaltos e até acompanhando um rio que percorria grande trecho dessa densa floresta.

A vista continua belíssima, com o céu ainda claro e o Sol dando seu espetáculo de beleza, se pondo cada vez mais no horizonte, tingindo os céus com cores que variavam entre forte alaranjado e violeta, com raios de luzes rasgando os céus... “Nossa! Essa vista é linda demais!...”, diz o jovem enquanto seu avião “plana” sobre o céu com a “belíssima pintura” ao fundo.

Na tentativa de levar-se e seu avião ao limite, o piloto eleva ainda mais sua altitude, indo em direção às nuvens médias no céu, colocando uma máscara com oxigênio para evitar qualquer possível problema que pudera vir a sofrer por causa da altitude. Ele está cada vez mais alto, acima de 5 mil metros, começando a passar pelas nuvens... Quando de repente, em meio ao som do motor do seu avião e ao vento que é cortado, ele percebe pequenos feixes de luz, passando pelo lado direito do avião, de cima para baixo.


Sem muito tempo para pensar no quê estava acontecendo, o jovem se surpreende quando um imenso objeto escuro passa próximo do avião, em direção ao solo, caindo por entre as nuvens e envolto em fumaça. O deslocamento de ar causado pelo grande objeto faz tremer todo o pequeno avião e o manche do mesmo, tornando seu controle mais difícil... Mas o jovem mantém o seu domínio!

O avião transpassa as nuvens.

São pouco mais de 18h00min. O céu ainda está tingido com alguns poucos raios luminosos.


"Mas, o que é isso?!...", fala o jovem com expressão de surpresa com o que estava vendo: Uma batalha entre Mobile Suits (MS)! Era possível ver 2 Mobile Suits negros e um Mobile Suit branco em combate naquele céu escurecido. Disparos de Machine Gun (Metralhadora) e Bazooca (Bazuca) eram efetuados contra a unidade branca. Isso remeteu ao jovem os feixes luminosos que tinha visto entre as nuvens e o imenso objeto que passou por ele anteriormente.

"Uma batalha entre Mobile Suits?! Aqui? Mas de onde são?...", fala o jovem com surpresa e curiosidade. Em meio à escuridão que aumentava a cada minuto, as luzes dos disparos eram cada vez mais perceptíveis. A unidade branca aparentava manter posição defensiva e parecia não possuir armas além dos Vulcans (Canhões) em sua cabeça, os quais disparava contra os 2 MS negros.

O MS negro 01 possuía o ombro esquerdo branco e, com a machine gun em mãos dispara continuamente contra a unidade branca tentando impedí-lo de realizar qualquer movimento ameaçador, alternando os ataques com o MS negro 02 que estava em posse de uma Bazuca, atacando a longa distância com diversos disparos.

Em um movimento súbito, durante breve cessar da unidade negra 02 para recarregar os mísseis de sua arma, a unidade branca voa em sua direção. Mesmo estando a uma distância considerada longa, a unidade branca acelera rapidamente, modificando sua movimentação e velocidade, surpreendendo seus adversários que até o momento pareciam estar dominando a situação.

"Ele partiu para o ataque! Que tipo de unidade será?...", fala surpreso o piloto do avião. Em meio a esse "entrelace", o jovem percebe que ficar próximo desse confronto pode lhe custar muito caro e direciona seu avião em sentido oposto ao combate que acontece na linha do horizonte. ”... Se eu continuar aqui posso ser atingido, então tenho que sair o mais rápido possível para evitar qualquer dano...".

A unidade branca joga-se diretamente contra o MS 02 gerando grande impacto e desorientação ao seu oponente, deslocando ambas as unidades pelo céu. As unidades se aproximam bastante do avião.

O MS negro 02 coloca sua mão esquerda sobre o torso do MS branco, mas este com seu braço esquerdo agarra o (braço) do adversário que tenta sobrepujá-lo, apertando e destruindo a articulação do cotovelo. O som do metal negro sendo esmagado é perceptível aos dois. Um Beam Saber (Sabre de energia) é sacado do lado direito da Mochila (Backpack) da unidade branca e em outro movimento rápido com sua mão direita desfere um golpe em diagonal contra o torso de seu oponente, em um só movimento de saque e ataque, e apoiando a base do sabre em sua mão esquerda logo em seguida, desfere mais um ataque direto atravessando o torso de seu inimigo com um segundo golpe... Não houve tempo para resposta de seu adversário.

Enquanto o combate entre as unidades ocorria, a unidade Negra 01 deslocava-se ao redor dos dois disparando contra a unidade branca com a machine gun.

Os diversos disparos atingem as duas unidades que duelavam. O Mobile Suit branco se afasta da unidade negra que já havia recebido maiores danos, soltando faíscas e fumaça... Ela veio a explodir. Estilhaços voam para todos os lados, atingindo o avião que estava ali próximo devido à direção em que as duas unidades foram levadas enquanto estavam no ar, causando danos ao avião e fazendo com que o mesmo começasse a liberar fumaça do lado direito. A explosão também causa desorientação ao avião.

“Ah não!... Mas que droga!... Cometi um erro em não ter voltado imediatamente... Agora terei que dar um jeito de escapar dessa...”. O avião começa a apresentar dificuldade para responder aos comandos e começa a cair, passando por entre as nuvens, com seu manche tremendo e cada vez mais rígido e pesado.

”Não estou conseguindo mantê-lo sob controle!... Não está me obedecendo... Vamos amigo... responda!...” Ele olha para trás e vê que um dos flaps traseiros foi atingido, comprometendo seu controle e vôo. “Droga, está pior do que eu pensava!... Isso não me deixa muitas opções...”.

O avião começa a girar.

Sem alternativas, o jovem tenta soltar o cinto de segurança que o prende ao avião. Ele pretende se jogar deste, mesmo aparentando tanta dificuldade para fazê-lo devido ao seu movimento de queda em parafuso... Mas o cinto não se solta.

Imediatamente em meio à turbulência de eventos e perda de controle do avião, o jovem tenta se soltar do cinto que o prende à aeronave. Ele puxa, tenta apertar o botão para soltar o cinto, mas nada acontece. Não tendo alternativa, ele puxa uma faca que estava presa à sua coxa direita e em meio ao caos ele tenta cortar o cinto, conseguindo mesmo com sua mão tremendo.

Ele consegue saltar.

Está escuro e apenas a Lua cheia clareia a noite. O jovem saltou do avião que caía sem controle e tentava “se equilibrar” em sua queda... Mesmo assim, ele consegue olhar para trás em direção ao avião com um triste olhar e fala baixo... “Desculpe vovô, mas não consegui cuidar dele...”.

Ele puxa a corda do paraquedas em suas costas, liberando a primeira etapa do mesmo, um pequeno paraquedas de 30 a 45cm que em seguida libera o principal, enquanto se afasta do avião. Ele escuta um estrondo vindo de cima e vê os dois imensos objetos transpassando por entre as nuvens e caindo. Um disparo atinge novamente o avião, levando-o a explodir e seus estilhaços são espalhados pelos céus, caindo em forma de uma bola de fogo e fumaça. Mais um clarão naquela noite escura...

Os dois MS, o branco e o negro que restara passam em alta velocidade cada vez mais para baixo, e mesmo estando a certa distância, o deslocamento de ar foi suficiente para fazer com que o paraquedas se enroscasse e também para que o jovem perdesse o controle.

“E essa agora?! Não estou conseguindo equilibrar novamente!... Ele está enroscando...” O rapaz pensa e a alternativa que primeiro lhe vem foi de liberar o paraquedas e em seguida ativar um dos reservas. “Vou ter que cortá-lo...”. Ainda com a faca em sua mão esquerda ele tenta cortar as cordas que prendiam o paraquedas á mochila.

Algo deu errado!

Girando sem controle no ar, ele não consegue reverter sua situação: A mochila está com uma das alças partidas... A pressão do ar na queda puxa o paraquedas para cima fazendo a mochila ser puxada também, o que a leva a escorregar pelo seu braço... Ele ainda consegue agarrá-la com a mão, mas não tem apoio e não consegue evitar: a alça se solta... Agora nada o prende...

Ele está em queda livre.



Phase 02. Encontro>

Nenhum comentário:

Postar um comentário